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Colo demais estraga?

  • Foto do escritor: Patricia Kiremitdjian
    Patricia Kiremitdjian
  • 25 de ago. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 19 de set. de 2024


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"Para de pegar esse menino no colo?"

"Essa menina tem que acostumar com o berço?"

"Vai ficar mal acostumado!"

"Você está mimando demais esse bebê."


Você já ouviu alguma dessas frases?

E o que elas têm em comum?


Elas tem uma educação tradicional baseada em achismos nada comprovados que estão ligados a uma crença triste e sem fundamento.


O ser humano nasce ligado a natureza, não a cultura.

A cultura diz:

"Filho! Fica no berço. Nós compramos com muito carinho pra você. O melhor colchão, o lençol mais confortável, um quarto quentinho. Tudo seguro pra você se sentir bem."

A natureza do bebê diz:

"Se você estiver longe da sua mãe, você corre perigo."


Mas por que isso?


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Porque o nosso DNA não mudou. Nele está o registro dos nossos ancestrais que viviam nas cavernas.


Lá a cama era compartilhada. O homem saía para caçar e a mulher ficava agarrada a cria dentro da caverna para não chamar a atenção dos predadores.


Se a mãe precisasse se ausentar da caverna e deixar o bebê lá, ele chorava até certo tempo, depois ele parava de chorar porque o corpinho dele ficava inundado de cortisol (hormônio do estresse).

Sendo assim, por sobrevivência, seu corpinho era "desligado" e ele dormia. Mesmo porque se ele continuasse chorando, ele atrairia o predador, e não a mãe.


Por isso o berço tem espinho, entende? E não é lindo ver como a natureza se manifesta?

E uma pena ver como o homem foi modificando tudo com a cultura, até o ato mais fundamental para o ser humano: o acolhimento.


Bebê que chora longe da mãe é saudável. Bebê que "aprendeu" a dormir sozinho se desconectou da sua essência. Ele parou de chorar por sobrevivência. Não por aprendizado.


Hoje, com a nossa vida corrida e a falta de rede de apoio adequadas, sei que é muito difícil criar um bebê apegado. Mas saiba que é o melhor para ele, pois ele vai se sentir amado e seguro.

Essa segurança no início da vida será uma peça chave pra ele se tornar um adulto seguro e com autoestima elevada.


Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o apego é muito importante para o desenvolvimento sócio-emocional do ser humano.


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Pense em um triângulo?

Para que ele se mantenha em pé, a base que é mais larga precisa estar embaixo. Parece óbvio, não é mesmo?


Mas o que fazemos na educação é o contrário. Invertemos a base do triângulo: distanciamento emocional no início da vida.

Depois que os filhos crescem e se vão, ficamos ressentidos e saudosos e tentamos compensar com mimos e controle.

Aí fica difícil mesmo obtermos bons resultados.


O ser humano é um ser social. Ele precisa de conexão. O cérebro dos bebês se desenvolve muito melhor com apego, colo, pele na pele, olho no olho, atendimento às suas necessidades primárias de alimento, cuidados e conexão.


Por isso, não economize colo. Colo, quanto mais melhor.

E se estiver difícil esta relação, não hesite. Busque ajuda profissional.











 
 
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